Ainda se sente por fora
das discussões do clube de março? A gente te explica!
Da
mesma forma que relacionamentos abusivos estão impregnados na nossa história de
vida, eles estão entranhados na nossa literatura. É difícil encontrar um livro,
de ficção ou não, que não tenha algum desses traços de comportamento. Foi por
conta de correntes feministas, que, por identificar o machismo, a hierarquia ou
relações de poder por submissão (patriarcado) e diversas violências
intrínsecas, engajou-se no resgate de um equilíbrio para os relacionamentos
sociais.
Ao
contrário do que se pensa, o feminismo
não é uma versão avessa do machismo – embora exista uma ideologia assim (o
chamado femismo). No feminismo, discutem-se
questões de gênero, buscam-se direitos e deveres iguais, além de respeito sem
opressão. Para entender melhor sobre isso, confira aqui
um vídeo maravilhoso de introdução ao feminismo, da Chimamanda N. Adichi. Você
também pode baixar gratuitamente (aqui) o livro na Amazon.
A
cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura.
Junto
ao movimento tecnológico, de pessoas encontrarem espaço, voz, comunidades,
expressarem-se e buscar entender os comportamentos sociais, nos últimos anos
também temos visto outras mobilizações se erguendo em prol deste equilíbrio.
Nesse contexto, a saúde mental nunca esteve
tão em alta e em claro, a fim de recuperar, restaurar e reassumir o
controle das emoções para restabelecer relacionamentos mais saudáveis (de pessoas
consigo mesmas e com outros). Ter esse
reconhecimento das nossas emoções não só nos faz compreender melhor como viver
em sociedade, mas também como escapar de ciladas
relacionais.
No
mês de março, mês da mulher, chovem
homenagens e declarações que contrastam com a violência diária contra a
própria; por isso foca-se na luta, na informação, na mobilização, para alcançar
mais e mais mulheres que, por força cultural, ainda não sabem e/ou não
conseguem se defender de tamanha opressão. Mais que cansadas das duras
estatísticas, senão do sentimento de impotência ante a todas essas violências,
as mulheres têm se manifestado da maneira que podem, da maneira que encontram,
para se sentirem mais seguras. Assim, buscamos primeiro em nós mesmas, juntas,
uma força que nos leve para um próximo passo nesta jornada de liberdade.
Você tem dificuldade em saber o que é abusivo ou
não?
Violência não é só física. Veja mais sinais, aqui.
Ou aqui
No
meio dos livros, esse manifesto também está ganhando expressividade. Embora
ainda tão pouco, tem sido o bastante para auxiliar na percepção, união e
alcance das causas. Por isso mesmo é
preciso questionar, é preciso problematizar, é preciso conversar sobre o
que está sendo consumido. E é nesse sentido que o Clube de Março se dedica a discutir
os chamados “relacionamentos abusivos”. O
que sabemos sobre eles? Como eles nos afetam? Como reconhecer que alguém
invadiu nosso espaço? O que é “romantizar”? O que é a dependência emocional? Como
a violência psicológica pode ser tão sutil? O quanto está claro ou o quanto temos
enxergado? Como ajudar ou ficar do lado de alguém que quer se sair disso? A
quem direcionar nossa fúria? Nosso julgamento? E nosso apoio?
O quanto você conhece sobre comportamentos abusivos?
Aqui
tem 57 comportamentos que identificam relações abusivas
E aqui
tem um bate-papo sobre abuso psicológico
Sabia que os relacionamentos abusivos
se aplicam a outros relacionamentos,
não só casais?
Veja como
identificar.
Outra cilada: você conhece o negging? É uma artimanha de “sedução” que usa inseguranças contra a
própria pessoa. Veja mais aqui.
“É muito difícil que a
vítima se dê conta que está vivendo um relacionamento abusivo. Por isso, a
mulher precisa do apoio da família e de amigos que tenham uma visão de fora e
percebam o que está havendo na relação. Para ajudar, o melhor é fazer a vítima
entender, por si própria, que está inserida em uma relação tóxica. Uma
abordagem agressiva e impaciente, que exija percepção imediata, não adianta: é necessário ajudar a vítima a se
questionar e questionar sua posição dentro do relacionamento. O tratamento
com um psicólogo é o método mais indicado para que uma real mudança aconteça,
pois a mulher precisa compreender profundamente os problemas de sua relação
para conseguir mudá-los.” Post
do perfil A louca não sou eu.
Dentre
diversas leituras que poderíamos sugerir para dar partida nessa conversa, o livro do mês é ideal para o debate,
pois, além de prato cheio (de comportamentos abusivos de variados tipos), a
recepção dos leitores revela como bem nos portamos e temos nos portado diante
dessa mudança de olhar para os relacionamentos – é real teste sobre como lidamos com os comportamentos abusivos no dia a
dia.
Best-seller
que divide opiniões, Belo Desastre da
Jamie McGuire, é o primeiro livro da série homônima, que teve sequência com os
“Irmãos Maddox”. Chegou ao meio literário em 2012 já abalando estruturas – era
o “precursor” de um novo gênero/categoria que viria a bombar a seguir: o Novo
Adulto (NA – New Adult).
Em
termos mercadológicos, esta é a última categoria dos chamados livros juvenis, uma fase de transição (do
seu público ou de seus personagens) que é marcada pelo fim de adolescência e
começo da vida adulta, a saída da escola e início de faculdades ou carreiras.
São livros que focam em relacionamentos amorosos e na busca pelo equilíbrio de
vida ou identidade. Podem ou não ter grande apelo hot/erótico, além de envolver
relacionamentos tóxicos.
Para explorar um pouco mais sobre esse boom do NA,
Belo Desastre,
assim, acabou por se tornar grande referência em tal gênero/categoria por
diversos elementos de sua narrativa terem virado uma “marca”: a contraposição
da boa moça e o bad boy, o garoto problema, a garota diferente, recomeços após
grandes problemáticas/traumas do passado, descobertas pessoais e independência,
sexualidade, conceito de pessoas “consertarem” pessoas, apreço pelo perigo/adrenalina,
relacionamentos conturbados, romantização de comportamentos nocivos, etc.
Abaixo, livros que fizeram parte desse boom no meio literário:
Easy (Tammara Webber)
Entre o Agora e o Nunca (J.A. Redmerski)
Paixão Sem Limites (Abbi Glines)
No Limite da Atração (Katie McGarry)
Perdendo-me (Cora Carmack)
Louco Por Você (Jasinda Wilder)
O Segredo de Ella e Micha (Jessica Sorensen)
Métrica (Colleen Hoover)
À
luz deste aparato contextual, o Clube de
Março vem para reunir leitores e discutir impressões, independente de sua
preferência quanto ao polêmico gênero/categoria. Há quem goste, há quem não
goste, e gostaríamos de juntos ter uma melhor compreensão sobre essa
recepção dos leitores – sempre com respeito às opiniões.
Vem
conversar com a gente!
24/mar – 15h – na Livraria Leitura (São Luís Shopping)
Entrada gratuita
Marque presença aqui
Conheça mais sobre o livro aqui
Para rever o cronograma de leituras de 2018, aqui
“Sempre respeite o tempo de outra mulher. Ninguém
nasce desconstruída.”
23 formas de uma mulher empoderar a outra
indicadas por ONGs e coletivos feministas
#clubedolivroma #vemproclube
#maranhãodeleitores
Curta o Clube do Livro - MA no Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos a sua participação.
Seja bem-vindo e volte sempre!
Quer comentar e não tem conta?!
1- Escolha a opção Nome/URL
2 - No espaço Nome coloque seu nome ou seu apelido
3 - No espaço URL coloque o link do seu site, blog, vlog, tumblr... (não é obrigatório).
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.