As MULHERES vão PARAR!
Neste
08 de março – Dia Internacional da Mulher, as mulheres protagonistas na luta
pela igualdade de direitos, realizarão a PARADA MARANHENSE DE MULHERES.
Vamos
parar! Contra a Reforma da Previdência, contra o feminicídio, contra o racismo,
contra o extermínio da juventude negra, contra a violência à mulher, contra o
patriarcado, contra a reforma da educação, contra o preconceito de gênero,
contra o corte dos recursos para as políticas públicas.
Você
MULHER, está convidada a PARAR também. Venha se juntar a nós! No
dia 08 de março, às 15 horas, na Praça Deodoro (em frente à Biblioteca Benedito
Leite).
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SOMOS FORTES!
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Entenda
o movimento.
GREVE
DE MULHERES?
POR
QUE AS MULHERES VÃO PARAR NESTE 8 DE MARÇO?
Maria Mary Ferreira
Professora Associada da Universidade Federal do Maranhão. Graduada em Biblioteconomia. Mestra em Políticas Públicas – UFMA. Doutora em Sociologia UNESP/FCLAr.
Em
várias partes do mundo as mulheres se mobilizam e param no 8 de março de 2017. Os motivos são muitos, as razões maiores
ainda. Ao ler este texto alguns homens podem estranhar, outros vão sorrir,
outros vão até debochar. Não importa! O que importa é que as mulheres estão
cansadas de esperar por mudanças sociais e por mudança de postura dos homens.
As mulheres não aguentam mais a carga de trabalho que lhes são atribuídas que
lhes retira possibilidade de pensar e de participar da vida pública. As
mulheres não querem mais ficar se escondendo por medo de ser estupradas nas
esquinas e Praças das Cidades que não foram projetadas para as mulheres. As
mulheres querem ter o direito de viver em lares sem violência com maridos que a
respeitem.
GREVE
DE MULHERES? ISSO É POSSÍVEL? O QUE ISSO REPRESENTA?
Uma
greve de mulheres no 8 de março representa um esforço das organizações
feministas e de mulheres dos países ocidentais para fazer o mundo parar e
pensar sobre a situação de subalternidade das mulheres. É
importante esclarecer que mulheres fazem greve há séculos, lutaram por
salários, pelo direito ao trabalho, lutaram pelo direito de votar, lutaram pelo
direito à educação e ainda hoje lutam pelo direito ao aborto, lutam por salário
igual para trabalho igual, lutam por políticas públicas que transforme as
relações patriarcais.
Mas,
infelizmente a greve das mulheres e suas lutas em geral, ficam invisíveis. Elas
passaram a ter mais ressonância a partir de 1975, quando 90% das mulheres da
Islândia fizeram uma greve nos locais de trabalho e se recusaram a realizar
trabalho social não-remunerado durante um dia, exigiram salários iguais aos dos
homens e o fim à discriminação sexual no local de trabalho. Essa ação mobilizou
milhares de irlandesas e tornou visível a importância do trabalho feminino,
assim como o trabalho doméstico e a contribuição que as mulheres dão
diuturnamente para a sobrevivência da humanidade.
Outro
episódio importante aconteceu em outono de 2016, quando as ativistas polonesas
adotaram atitude semelhante as das irlandesas e organizaram uma greve massiva
de mulheres para impedir a aprovação de um projeto de lei no parlamento que
proibia o aborto. Após protestos das polonesas o senado Polonês recuou na
proibição total do aborto.
Na
Argentina, as mulheres também fizeram uma greve para protestar contra a onda de
estupros. Convocadas através da Campanha “Ni
una a menos”, as argentinas pararam por uma hora para protestar. Às mulheres
se juntaram milhares de homens, parando o Congresso, os metrôs, e muitos
serviços daquele País.
Esses
exemplos demonstram a importância das greves de mulheres para que a sociedade
repense seus modelos de convivência. Repensar os modelos de convivência
significa mudar a lógica atual, ou seja, é necessário que os políticos repensem
os espaços de poder sem mulheres: 453 deputados contra 51 deputados é um
absurdo após 85 anos da conquista do voto feminino. Um governo que praticamente
não tem representação feminina nos ministérios é desconsiderar a história das
mulheres. É administrar a partir do falo.
As
mulheres querem e precisam fazer parte dos espaços de decisão. As mulheres
querem mudar as relações políticas e sociais, porque não aguentam mais apanhar.
Não aguentam mais ser cabo-eleitorais de políticos desonesto.
As
mulheres querem decidir sobre seus corpos, por isso exigem a despenalização do
aborto. As mulheres não aguentam ganhar menos que homens exercendo as mesmas
funções. As mulheres não querem se aposentar quando já estiverem mortas após a
tripla jornada que enfrentam cotidianamente, por isso são contra a Reforma da
Previdência deste governo que não as reconhece. Já chega! TEMER JÁ FICOU TEMPO
DEMAIS FAZENDO DE CONTA QUE GOVERNA. ESTÁ NA HORA DE EXIGIR SUA SAÍDA
DEFINITIVA.
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