Hey, vocês! Como estão?
Começo o post de hoje com uma pergunta: Vocês sabem o que é “Sick-lit”?
Se não, eu explico, “Sick-lit” é um novo tipo de literatura
que passou a fazer sucesso há pouco tempo, sendo voltada principalmente para
jovens, ela trata de temas polêmicos que vão desde o bullying até o suicídio.
São livros com histórias fictícias, mas que tratam de problemas reais de uma
forma bem contextualizada, em minha opinião é daí que vem o sucesso.
Mas enfim, por que eu comecei o post de hoje que esta
explicação?
Simples, há alguns dias atrás estava andando pelos corredores da biblioteca da
minha escola e encontrei um livro que chamou minha atenção por seu título: “Os
13 porquês”.
Não tinha a menor ideia do que se tratava quando o peguei ,
mas quando comecei a ler percebi que era um “Sick-lit” e conforme fui passeando
por suas páginas me apaixonei por sua história. Por esse motivo e por seus
maravilhosos ensinamentos e reflexões, ele é o assunto do post de hoje.
O livro conta a história de Clay Jensen, um adolescente que
uma bela manhã recebe em sua casa um pacote sem remetente contendo fitas. Assim
que ele começa a escutar percebe que a voz presente nas fitas era de Hannah Baker,
uma amiga de escola pela qual ele era apaixonado e que havia se suicidado há poucos
dias.
A história se divide em trechos narrados por Clay e trechos
narrados por Hannah em suas fitas, esta por sua vez conta 13 histórias, cada
uma sobre os atos de uma pessoa, constituindo os 13 motivos que levaram ao seu suicídio.
Mesmo com Clay e Hannah sendo personagens principais e o suicídio
de Hannah ser o principal fato da trama, o livro possui outros assuntos polêmicos e personagens que por mais que tenham
aparecido pouco, passam mensagens importantes.
Em minha opinião, é um livro que poderia ser facilmente
utilizado em sala de aula para melhorar a visão de alunos quanto a assuntos
polemizados e difíceis de serem tratados e a sua leitura é viciante.
Mas enfim, vamos às mensagens do livro: Como disse, Hannah
se suicidou, e o escritor Jay Asher
conseguiu dividir bem os motivos que levam ao suicídio de jovens nas fitas.
A primeira fita conta a história de Hannah e Justin Foley,
seu primeiro amor, e o culpado pelo desencadeamento de todos os outros fatos
terríveis da vida de Hannah, segundo ela mesma diz:
“ [..]Nós havíamos percorrido um longo caminho, Justin [...]
você iniciou uma cadeia de aventos que arruinou minha vida [...]”
Hannah havia acabado de se mudar para uma nova cidade e teve
seu primeiro beijo, somente um único beijo, com Justin, que se aproveitou disso
para espalhar boatos sobre a integridade de Hannah para todos da escola, algum
tempo após isso, os alunos fazem uma lista onde ofendem Hannah, tratando-a como
“uma qualquer “, o que faz com que os boatos e brincadeiras maldosas aumentem.
Nestes pontos o autor trabalha o bullying e de que forma ele
afeta os jovens, levando-os, às vezes, a atos extremamente críticos como tirar a própria vida.
O autor também trabalha o quanto os amigos verdadeiros são
importantes na vida de quem está passando por dificuldades, usando Jéssica e
Alex para isso, estes eram amigos de Hannah assim que chegaram à cidade no
mesmo período que ela, eles se ajudavam, se apoiavam, mas de uma hora para
outra eles se separaram, começaram a andar com outras pessoas, agir de uma maneira
diferente, deixando Hannah desnorteada e deprimida, outro fator que leva ao suicídio.
Hannah não podia contar com ninguém, pelo menos era o que
pensava e quando Clay tenta se aproximar para entendê-la, Hannah, por mais que
gostasse muito de Clay e soubesse que de todos na sua escola era o mais honesto,
tinha medo, medo de se apoiar em alguém
e esse alguém a deixasse cair assim como fizeram Jéssica Davis e Alex Standall. Clay ficou assustado com o
afastamento de Hannah e isso fez com que ele também se afastasse e por esse
fato, Clay se culpa muito pela morte de Hannah.
É nesta parte do enredo que vemos o quanto a confiança nas
pessoas que gostamos é importante e o tamanho mal que ela nos causa quando é
quebrada.
Não bastasse Hannah ter sofrido bullying, abandono dos
amigos e medo de viver uma bela história de amor, ela também presencia momentos
terríveis, como ver, ou melhor, ouvir através das portas fechadas de um closet,
Bryce Walker estuprando Jéssica:
“E com a música bombando, ninguém ouviu ele atravessar o
quarto. Subir na cama. As molas do colchão gritarem debaixo do peso dele[...]”
E ser assediada por
Tyler Down, em sua própria casa e por Marcus Cooley, em uma lanchonete, e por
Bryce (apesar de,no fim, ter consentido com o ultimo por querer “se abandonar”),
respectivamente:
“[...] estou tentando me colocar no seu lugar, Tyler.
Tentando entender a excitação de ficar olhando pela janela do quarto de uma
pessoa. Observando uma pessoa que não sabe que está sendo observada. Tentando
flagrar esta pessoa no ato de...”.
“[..] agora seu braço enlaçava as minhas costas, me puxando
para perto de você. E sua outra mão tocava minha perna. A parte superior da
coxa. [...] Para com isso, eu exigi.”
“[...] você deslizou a mão por cima da minha barriga. Seu polegar
tocou a parte de baixo do meu sutiã e seu dedo mínimo tocou a parte de cima da
minha calcinha.”
O estupro e o assédio são assuntos tratados de maneira
direta, porém não explicita, na obra; de uma maneira que nos faz refletir sobre
o assunto e sobre quão terríveis são essas coisas e o quanto isso pode
traumatizar alguém. Hannah passa mal quando se lembra disso e admito que quando
li essas partes, pude sentir através de suas palavras, os sentimentos horríveis
que estas situações causaram a Hannah.
Mas como disse no inicio, não são apenas Hannah e Clay os
personagens que nos mostram alguns aspectos importantes. O Sr. Poter e Skye
Miller são dois personagens que a meu ver tem papeis superimportantes na vida
de Hannah e de Clay, respectivamente.
O Sr. Poter por nos mostrar o quanto um adulto orientador
pode ser importante em determinados momentos da vida, e que o papel de guia é
extramente importante. O professor - e
orientador de Hannah - foi a única pessoa
que soube pela boca dela, antes da personagem cometer suicídio, que ela estava
mal, sem chão, vazia como ela mesma diz:
“Neste exato momento, me sinto perdida, eu acho. Meio vazia.
[...] Simplesmente nada. Não me importo mais.”
Porém, Hannah não consegue a resposta que queria de Sr. Poter
quando pede ajuda, daí tiramos o quanto uma orientação bem dada, uma conversa
mais demorada e bem detalhada ou mais atenção a pequenos indícios demonstrados
são importantes.
Skye por sua vez aparece duas vezes no livro, na primeira
vez ela está no mesmo ônibus que Clay, este narra a mudança de Skye, que passou de uma menina
alegre e bonita à menina introvertida e desleixada . Percebe-se durante a
leitura, que Skye tem sinais de depressão, mas Clay está tão concentrado nas
fitas que não se dá conta do quão mal Skye está em seu interior e a deixa
quando desce do ônibus. Já a sua segunda aparição, é no ultimo capitulo do
livro, onde ainda aparece depressiva, cabisbaixa, falando baixo e sem olhar nos
olhos de ninguém, porém é aí que uma das maiores lições do livro é dada: Clay
vai atrás de Skye, quem sabe agora pudesse fazer o que não fez por Hannah e nos
mostra que, às vezes, devemos deixar o medo de lado e ir atrás do que gostamos,
do que queremos, falar o que temos tanto medo de deixar sair, nos expressar, porque
depois de um tempo não vai adiantar chorar, reclamar ou perguntar “o que eu fiz
de errado?”, o momento vai ter passado, a chance terá ido embora e você nunca
poderá pedir desculpas, nem dizer a alguém que o ama, nem deixar o mundo saber quem
você é.
Este foi o primeiro livro de Jay Asher, é da Editora Ática, se
tornou um dos meus preferidos, foi lançado em 2007 e existem planos de que se
torne filme ainda esse ano.
Nas ultimas folhas do livro, o autor ainda nos dá dicas de
como entender, perceber e lidar com sintomas da depressão que levam ao suicídio
e também tem uma seção que diz “Caso você se identifique com os sintomas de
Hannah Baker e precise de ajuda, procure o posto de atendimento mais próximo de
sua região.” e dá endereços e telefones de lugares que podem ajudar pessoas que
estão passando por este difícil momento.
É uma ótima história, com todos os seus fatos e detalhes bem
amarrados, com uma forma espetacular de passar os sentimentos passados por
todos os personagens e que me ensinou muito, se você quer ler a história de
Hannah e de Clay, compre o livro aqui e bom proveito.
Abraço e até a próxima! ^_^
Abraço e até a próxima! ^_^
Já li o livro, gostei bastante :D
ResponderExcluirBoa Resenha e a Biblioteca da sua escola é boa viu uahsushaushauhsauhsuah
http://hiperatividadeliteraria.blogspot.com.br/
Obrigada! Fico muito feliz por você ter gostado. ^_^
ExcluirE eu realmente amo aquela biblioteca. *-*
Porque no final do livro clay vai atras da skye?? Pq eles se viram no onibus?? Pq ela parecia sofrerno msm q hannah??
ResponderExcluirpra poder ajudar ela, coisa que ele não pode fazer com a hannah
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